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Efeito da progesterona injetável na produção de embriões in vitro de novilhas Nelore pré-púberes

Autores
Leticia Padovani da Silva

Resumo

A produção in vitro de embriões (PIVE) é uma das biotecnologias mais utilizadas para promover a diminuição do intervalo de gerações. Para o sucesso da PIVE e alta taxa de clivagem dos oócitos existem fatores que podem interferir, como a idade da doadora e concentrações hormonais. Estudos demonstraram que oócitos recuperados em fase do ciclo estral com alta concentração plasmática de progesterona tem melhor qualidade, quando comparado a oócitos recuperados em outras fases do ciclo. Nas fêmeas pré-púberes os oócitos são imaturos, isso pode estar relacionado com a baixa produção hormonal característico dessa fase. Dessa forma, buscando melhorar a qualidade dos oócitos aspirados de fêmeas pré púberes, o objetivo do estudo foi avaliar o efeito da utilização de progesterona injetável em novilhas Nelore, 7 dias antes da aspiração folicular guiada por ultrassonografia (OPU). O estudo foi realizado no Centro Avançado de Pesquisa e Desenvolvimento de Bovinos de Corte, Sertãozinho, SP. Foram utilizadas 23 fêmeas da raça Nelore, com 13,04 ± 0,87 meses de idade, divididas aleatoriamente em dois grupos; grupo progesterona (GP) com aplicação de 150 mg/ml de progesterona injetável (Sincrogest injetável® Ourofino, Cravinhos-SP) 7 dias antes da OPU e grupo controle sem aplicação de progesterona, grupo controle (GC). Após 28 dias foi realizada a segunda OPU (cross-over entre os grupos de novilhas). Foram realizadas medidas do trato genital externo (comprimento da rima e largura da vulva) e avaliações ultrassonográficas dos ovários para quantificação de folículos antrais e média dos diâmetros dos ovários (XOV). Os embriões produzidos de oócitos das novilhas foram transferidos para receptoras multíparas da raça Nelore e o diagnóstico de gestação foi realizado 30 dias após a transferência de embriões por meio de ultrassonografia. Após a realização da OPU os oócitos foram selecionados para PIVE e uma amostra fixado em 4% paraformaldeído. Os oócitos viáveis foram submetidos à coloração por imunofluorescência para IGFBP2 e CASPASE-3. Para cada oócito, foi gerada uma imagem por canal (filtro A555 e filtro A488) e analisada com o programa ImageJ (NIH, EUA) para a quantificação da intensidade de fluorescência (pixels). Os dados foram analisados pelo procedimento MIXED do SAS®. O comprimento da rima (73,92 ± 2,27, 69,25 ± 2,27 p=0,14) e largura da vulva (46,73 ± 1,18, 46,54 ± 1,18, P=0,91) não diferiu entre os grupos progesterona vs. controle. A XOV (média do diâmetro ovariano) foi semelhante entre os grupos (22,23 ± 0,47, 21,83 ± 0,47, P=0,54). As novilhas apresentaram grande quantidade de folículos pequenos <5mm (30,73 ± 3,54, 30,26 ± 3,54, p=0,85), folículos 5-8mm (6,34 ± 1,51, 7,21 ± 1,51, P=0,68), folículos grandes >8mm (2,34 ± 0,34, 2,34 ± 0,34, P=1,0) independente do tratamento a progesterona não interferiu na quantidade e tamanho dos folículos. Não foram observadas diferenças entre GP e GC no número total de oócitos aspirados (23,19 vs. 24,29; P=0,78, respectivamente), número de oócitos viáveis (18,55 vs. 19,39; P=0,8 respectivamente), taxa de clivagem (75,77% vs. 75,58%; P=0,60, respectivamente), e taxa de embrião (33,95% vs. 37,95%; P=0,56, respectivamente). Não foram observadas diferenças na intensidade de pixels entre GP e GC nos níveis de IGFBP2 (137,37 vs. 135,43, respectivamente) e CASPASE-3 (118,96 vs. 118,22, respectivamente). Entretanto, foi observado taxa de prenhez foi maior (42,1%; 76/32) nos embriões produzidos de novilhas do grupo progesterona quando comparado a taxa de prenhez dos embriões produzidos do grupo sem tratamento de progesterona (28,4%; 81/23) (P=0,02). Foi concluído que a utilização de progesterona injetável antes da OPU em novilhas Nelore pré-púberes não melhora a produção de embriões in vitro, entretanto aumenta a taxa de prenhez após transferência. 

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