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IMPACTO DO CONTROLE SELETIVO DE RHIPICEPHALUS MICROPLUS SOBRE OUTROS ECTOPARASITAS DE BOVINOS

Autores
Carlos Vinicius Paspardelli

Resumo

Um dos principais desafios na pecuária brasileira em especial na espécie bovina, é o
impacto que a infestação dos ectoparasitas como o carrapato-do-boi (Rhipicephalus
microplus), a mosca-dos-chifres (Haematobia irritans), e o berne (Dermatobia
hominis) provocam na saúde do hospedeiro. A técnica de controle seletivo visa tratar
somente os animais mais infestados, com o intuito de diminuir a quantidade de
carrapaticida no rebanho e assim minimizar a seleção de carrapatos e outros
ectoparasitas resistentes. O presente estudo avaliou cerca de 90 vacas em lactação,
com idade entre 2,5 e 10 anos, de grupos genéticos diferentes, Holandês, Jersey,
Girolando (1/2 e ¾ Gir) e mestiços (3/4, 7/8 Holandês e/ou Jersey x Gir), criadas em
sistema semi-intensivo de produção, em vários lotes de acordo com a produção de
leite. Os animais foram avaliados em 7 ocasiões, totalizando 622 observações no
período de início de agosto de 2018 a janeiro de 2019. Foram realizadas inspeções
individuais a intervalos em torno de 21 dias. O controle do carrapato foi realizado
pelo método de controle seletivo em todos os animais com carrapaticida a base de
flumetrina 1% Pour on, utilizado apenas quando a contagem no terço anterior direito
fosse igual ou superior a 8 fêmeas de R. microplus, maiores que 4 mm. Junto com a
avaliação de carrapatos foi feita a contagem de moscas (lado direito) e de bernes
(todo o corpo), tendo se verificado a condição corporal (CC) por meio de notas (1,
caquética, a 5, muito gorda), de acordo com visualização da região sacro-ilíaca.
Grupo genético, e lote foram fatores de variação significativos para todas as
variáveis estudadas. O número médio de carrapatos no período foi de 13,7 ± 23,1
carrapatos. Em relação aos grupos genéticos, a raça Holandesa foi a mais
susceptível como o esperado, diferindo das demais raças, e estas não diferiram
entre si. Houve correlação negativa com a condição corporal, indicando que os
animais em pior condição tinham maiores infestações de R. microplus (-0,336,
P<0,0001). A raça Jersey teve a menor média de moscas-do-chifre e de berne
(P<0,05). O número médio de moscas-do-chifre em cada avaliação variou entre 4 a
17, ficando a média no período abaixo de 9 moscas, e a correlação com CC foi
positiva (0,133, P < 0,001). O tratamento parcial do rebanho, visando o controle do
carrapato, teve impacto sobre a mosca-do-chifre, diminuindo a infestação, porém,
não interferiu sobre a infestação pelo berne.

Íntegra (PDF)


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