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EFEITOS DA MUDANÇA DO USO DA TERRA E DO MANEJO AGRÍCOLA NOS ESTOQUES DE CARBONO DO SOLO EM PASTAGENS

Autores
Rafaela Ferraz Molina

Resumo

O aumento das concentrações de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera, causado por atividades humanas, contribui significativamente para o aquecimento global e as mudanças climáticas. De forma simultânea e interferindo nas concentrações dos GEE, o Brasil vem passando por grandes mudanças do uso e do manejo da terra. Práticas conservacionistas como plantio direto e sistemas integrados de produção agropecuária são estratégias eficazes para mitigar as emissões de GEE ao aumentar o conteúdo de carbono (C) do solo. Este estudo objetivou determinar os fatores de mudança do C orgânico do solo (COS) devido à mudança do uso da terra (MUT) de vegetação natural do bioma Mata Atlântica para pastagem não manejada; de pastagem não manejada para monocultivo de soja em plantio direto; e de pastagem não manejada para pastagem em integração lavoura-pecuária-floresta. A abordagem envolveu o pareamento de áreas com tipo de solo (Latossolo) e texturas semelhantes, diferindo em uso ou manejo: vegetação natural (VN), sistema extensivo de produção em pastagem (SE), sistema intensivo de produção em pastagem com consórcio de grãos e mogno (iLPF) e cultivo de grãos (PD). A densidade do solo e o teor de C foram determinados para estimar os estoques de C no solo (ECS). Amostras indeformadas para densidade foram retiradas de quatro trincheiras em cada área nas camadas 0-5, 5-10, 10-20, 20-30, 30-40, 40-60, 60-80 e 80-100 cm. O teor de C foi analisado para as mesmas camadas, usando amostras compostas coletadas ao redor de cada trincheira com trado holandês. Foi determinado o ECS, taxa anual de acúmulo de C, fator de mudança do COS e composição isotópica do C. A MUT de VN para SE resultou em acréscimo de COS na superfície do solo (0-30 cm), com valor de δ13C característico de planta C4, indicando contribuição da pastagem na deposição de COS. Não foi observada diferença em subsuperfície (30-100 cm) e no perfil (0-100 cm). A mudança de manejo da terra de SE para iLPF acarretou adição de COS na superfície, subsuperfície e perfil, com valores de δ13C indicando contribuição de planta C4 no aporte de C na superfície e de C3 em subsuperfície. A MUT de SE para PD não modificou significativamente os ECS acumulado em superfície, subsuperfície e perfil. As taxas anuais de acúmulo de COS de VN para SE, SE para iLPF e SE para PD foram de 0,34, 3,10 e 0,36 Mg C ha-1 ano-1 (0-30 cm) e 0,34, 5,38 e 2,35 Mg C ha-1 ano-1 (0-100 cm), respectivamente. Conclui-se que os com fatores de mudança após a MUT de VN para SE, SE para iLPF e SE para PD são de 1,24, 1,52 e 1,03, respectivamente. 

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