Autores
Leticia de Sousa Corrêa
Resumo
O aumento da demanda por carne, leite e derivados de ovinos no Estado de São Paulo indica
que é preciso aumentar o número de animais, intensificar os sistemas e melhorar a eficiência
produtiva para atender ao mercado. Entretanto, ao intensificar, o produtor deve encontrar
formas de reduzir os custos de produção e manejos, de forma a melhorar a eficiência econômica
do sistema. Os nematoides gastrointestinais são prevalentes, praticamente, no mundo inteiro,
sendo um problema ainda maior em países tropicais, pois gera perdas econômicas
consideráveis. Com a problemática de multirresistência aos antiparasitários, é necessário
desenvolver estratégias para identificar e selecionar animais resistentes e resilientes. A seleção
e reprodução de animais resistentes contribui com a redução no uso de anti-helmínticos,
atrasando a resistência aos princípios ativos, tornando o sistema competitivo e sustentável. Esse
estudo teve objetivo de identificar e categorizar animais quanto à resistência à verminose, com
base em características fenotípicas de desempenho. Além disso, busca-se avaliar e identificar
uma possível subclassificação de animais resilientes para subsidiar estratégias de seleção e
descarte, visando uma criação ovina mais produtiva, sustentável e competitiva. O trabalho foi
conduzido em uma propriedade em Buri/SP, com início em agosto de 2023, com as coletas dos
parâmetros PC, ECC, HT, PPT e OPG ocorrendo a cada 45 dias e, final em setembro de 2024,
com 100 borregas comerciais dos grupos genéticos Texel (40), 1/2 Poll dorset (38) e White
dorper (22), nascidas entre junho e outubro de 2022. As análises dos dados foram realizadas
avaliações de peso corporal (PC), escore de condição corporal (ECC), escore da coloração de
mucosa ocular (Famacha©), hematócrito (HT), proteína plasmática total (PPT), e contagem de
ovos por grama de fezes (OPG). Foi realizada análise de agrupamento para determinação dos 3
grupos iniciais: Resistentes (56,84%), resilientes (36,84) e susceptíveis (6,32%). No grupo de
fêmeas resilientes, foi realizado uma nova análise de agrupamento, identificando dois
subgrupos distintos, o primeiro composto por 23 ovelhas classificadas como resilientes de baixo
OPG, que apresentaram desempenho fenotípico negativo nos parâmetros e, o segundo
subgrupo, formado por 12 ovelhas resilientes de alto OPG, o qual exibiu desempenho fenotípico
positivo. Embora o teste de médias não tenha revelado entre os subgrupos, a discrepância na
quantidade de ovos eliminados reforça o potencial de estratégias baseadas em características
fenotípicas para aprimorar a seleção de fêmeas comerciais resistentes e resilientes de baixo
OPG, contribuindo para sistemas produtivos mais sustentáveis e competitivos na ovinocultura
moderna
Íntegra (PDF)